Quarta-feira, 16 de Abril 2003
07.00
A grande aventura começa, com o Zé Manel a ir buscar o Orlando, primeiro, e o João e o Tó a seguir. Na noite anterior
o Zé e o João já haviam feito compras no supermercado e levado imensa bagagem a casa do Manel. O volume de malas e afins tornava-se
assustador...
08.00
Atrasado (como seria de esperar) o Manel recolhe o Greg. Seguem para a estação de serviço de Antuã, para o encontro
geral
08.30
Reunião (quase) geral em Antuã, para café. O Tó e o Manel seguem para o Carregado, enquanto os restantes passam em
Coimbra para recolher o Peixoto.
09.30 Peixoto
recolhido, embora com votos contra, dado envergar uma "boina" do Mantorras. O elemento em questão ainda teve lata para dizer
que levava mais mercadoria proibida na bagagem. Foi o erro dele...
11.00 De
novo reunidos no Carregado, na AutoCampismo. Espectáculo deprimente, com sete matulões todos babados a olharem para a...nossa
autocaravana (AC)! Uma linda menina, realmente, a nossa casa com rodas.
Distribuição das t-shits oficiais "PORTUS 87.com EUROPEAN TOUR 2003". A coisa até ficou com ar profissional...Ficaria depois provado que deviam ter
sido distribuídas três ou quatro por cada elemento...
11.15 Depois
de tratados os assuntos legais e financeiros, altura para o "briefing" sobre o funcionamento da AC. Como se notaria mais tarde,
apenas uma ou duas pessoas estiveram atentas. Lamentável...
11.30 Carregamento
da AC com toneladas de material. O pessoal pensava que era uma digressão mundial...
12.10 Primeira
fotografia de grupo com a AC em fundo. Fotos individuais de apresentação do plantel.
12.15 Agora
sim arranca a grande aventura propriamente dita. E para ser mesmo grande, o Zé arrancou ao volante. Deus nos proteja...Mas
com aquele coração com néon, do antepassado do Tó que era camionista, que vai preso no vidro, estamos protegidos. O mesmo
não se pode dizer das centenas de mosquitos que vão morrendo como tordos (Ok, não foi uma imagem muito conseguida) contra
a frente da AC.
Os primeiros minutos (as primeiras horas, segundo alguns; os primeiros dias, na opinião de outros) dentro da AC não
foram fáceis. A verdade é que a coisa abanava por todos os lados. Não era fácil manter o equilíbrio acordado, quanto mais
imaginar em dormir com aquilo em andamento...
Uma primeira contrariedade: uma pequena racha no pára-brisas. E a crescer.
13.00 A
pedido de várias famílias, altura para a primeira refeição a bordo. Uma palavra de agradecimento desde já para todos os que
colaboraram com tanta comida: desde bolinhos de bacalhau a panados, passando por bolas, bolos, rolos de carne, ovos cozidos,
até lombo de porco assado, quishes, havia de tudo um pouco (ou antes, muito...). Vivam as mães e as esposas, portanto!
Registe-seainda que esta refeição em movimento foi regada por...Coca-Cola. Mesmo contra a vontade de um certo número
de elementos, particularmente de um...
Mal a refeição terminou o Peixoto ( a partir daqui identificado como o Pelicano ou o Peixe) provou à saciedade que
era mais do que possível dormir na AC em deslocação. Dormir, assim como fazer dezenas de milhares de alongamentos, fazer gelo
e pôr pomadas diversas...
13.25 Primeira
paragem, algures entre Montemor-o-Novo e Évora. Tempo para mais cafés e primeiro contacto com a bola.
No regresso à estrada, o Manel assumiu os comandos da AC. Assim despachamos os racers primeiro, pensamos nós...
14.30
Início de sessão de vídeo: Europeu de Futsal e golos dos Mundiais de Futebol. Isto é realmente uma casa "de luxo".
O Pelicano voltou ao ninho...
Falta pouco para Elvas; mantemos atraso de 1/2 hora em relação ao planeado. O Presi é que sabe...
14.45 Primeiro
abastecimento junto à fronteira. Isto está a tornar-se realmente internacional...
O Greg passa para o volante. Proponho uma votação geral, mas para mim viria a revelar-se o vencedor do prémio "Melhor
condutor nesta digressão".
Agora entramos num percurso directo de 400 km até Madrid. Sempre a direito.
No vídeo, o Cruiff e o Maradona ensinam umas coisas, enquanto o Zè Manel junta-se ao Peixe nos beliches das traseiras...
16.20 Nova
mudança no volante: o Peixe assume a responsabilidade e começa logo com inversão de marcha polémica. Mas sai-se a contento.
Inicia-se entretanto a primeira sessão musical do nosso bardo Orlando - a primeira de muitas, felizmente - que anima a malta.
Cantamos em coro, com destaque para o Zé Manel, um verdadeiro "karaoky man": Céu Azul, Nuvens Brancas...
Demonstrando uma quase total falta de amor pela própria vida, alguns elementos achincalham o clube dos "seis milhões"
enquanto o Peixe conduz. Perante a colocação da bandeira do FC Porto numa das janelas da AC, o referido elemento ameaça com
a bandeira vermelha que trouxera na suamala. Tal situação conduz ao envio imediato de uma brigada de acção rápida para fazer
desaparecer o citado material subversivo. Mais tarde, ao descobrir a falta do material, o Pelicano pensou que se tinha esquecido.
Não fiques chateado, Peixe, que a gente gosta muito de ti na mesma!!!
Viajamos agora com uma bandeira nacional na janela da traseira e outra do grande FCP na janela do lado direito da AC.
Assim sim!
19.00 Passamos
perto de Madrid, com o Tozé ao volante. No vídeo, passam as imagens de jogos do PORTUS, por exemplo com os Piões de Talaíde.
O ambiente continua excelente, só o Peixe e o Zé têm dormido. Deve ser cansaço
acumulado...
20.05 Aproximámo-nos de Burgos, conduz o Manel. O cansaço começa
fazer-se sentir, após quase 12 horas de estrada. Já quase todos tentaram dormir, mas para já ainda não é tarefa para todos...A
AC abana que se farta e quando se está deitado dá uma sensação de grande instabilidade. Mas a verdade é que todos
acabariam por se adaptar de uma forma ou de outra...
Inicia-se um campeonato de "Quatro em Linha".
23.45 Estamos
já perto da fronteira francesa, perto de S. Sebastian. A animação é grande graças a um jogo de cartas - "Sobe e Desce". O
Tózé conduz, com o Manel na co-pilotagem. O Presi põe alguma ordem na casa: há que tentar dormir porque temos jogo ao fim
da tarde. Preparam-se turnos de condutores e co-pilotos. O João e o Orlando assumem a preferência pelo banco do lado...
Quinta-feira, 17 de Abril 2003
00.50 Rolamos
já em estradas francesas, com o Greg ao volante e o João ao lado. Fez-se silêncio na AC, o pessoal tenta adaptar o sono às
novas condições. Na estrada são muitos os camiões para ultrapassar, ainda sobrando muitos outros parados nas estações de serviço
e nos respectivos parques de descanso.
02.00
Em direcção a Paris, que parece tão distante, aí vamos nós, agora com o Zé na direcção. O tempo, felizmente, tem ajudado,
sem chuva...
08.30
Já perto de Paris, o pessoal vai acordando pouco a pouco. Os condutores vão-se revezando e dando muito bem conta do
recado. Mas notam-se nos rostos os sinais de cansaço.
O dia foi passando, entre o sono agitado, o volante, o lugar de pendura, a mesa (para comer qualquer coisa - e comida
não faltava no bem abastecido frigorífico) e as regulares paragens em estações de serviço onde se abastecia e se largavam
águas...
De registo obrigatório apenas o primeiro ataque de armas biológicas perpetrado por Orlando, o "Químico". Houve que
recorrer, por iniciativa do Zé, às mascaras anti-gás mais à mão: cascas de laranja. Brilhante! Nem os americanos pensaram
nisto...
Depois de Paris, seguimos na direcção Bruxelas e daí para Breda e Utrecht, já na Holanda. E aqui o primeiro objectivo
estava já muito perto: Hilversum, nos arredores de Amesterdão.
17.00
Finalmente chegámos: eis-nos em Hilversum. Esta é uma simpática cidade perto de Amesterdão, nitidamente com bom nível
e qualidade de vida, muitos velhinhos e crianças a passear de bicicleta, muitas áreas verdes. Enfim, a imagem habitual da
Holanda.
Seguimos as indicações que receberamos por e-mail do Delfim, o nosso contacto para este jogo e, depois de uma falsa
chegada, lá demos com o centro desportivo onde o jogo deveria começar pelas 19 horas locais.
Antes do jogo ainda deu tempo para um passeio higiénico, de descontracção, pelas redondezas. Havia agora grande expectativa
em relação ao encontro, que vencia claramente o enorme cansaço por todos sentido. Naturalmente, a perspectiva de um banho
no fim do jogo também era muito agradável...
19.00 Depois
de termos conhecido o Delfim Mota, português que vive há 31 anos na Holanda, e que nos recebeu com muita simpatia, ficamos
a saber que realizaríamos apenas um jogo neste primeiro dia - o que acabou por ser positivo, dado que tínhamos estado quase
30 horas consecutivas na estrada.
19.15 O primeiro jogo:
NVC Narden, 3 - PORTUS 87,
21.00 Depois
de termos recebido uma bonita taça das mãos da equipa adversária e tomado um retemperador duche, despedimo-nos do Delfim e
do seu filho e dirigimo-nos para Amesterdão.
22.00 A
primeira refeição quente desde o início da viagem em plena elaboração, isto é, no fogão da AC cozinha-se um spaguetti com
manteiga para acompanhar um magnífico rolo de carne, entretanto aquecido no micro-ondas. Estamos no centro de Amesterdão,
estacionados junto a um canal. Já tentamos procurar parque para a AC mas parece que isso é coisa que não há por estas bandas.
Assim sendo, lá tivemos que comer aqui uma refeição que nos soube pela vida, sendo que para tal ajudaram muito as garrafinhas
de Esteva e de Fontanário de Pegões...
23.30 Lá conseguimos
mais um excelente lugar de estacionamento numa artéria central, para podermos dar um passeio pela cidade dos canais...Claro
que acabamos por caminhar imensos quilómetros acentuando o cansaço que já sentíamos. Mas valeu a pena, nomeadamente pelo cariz
cultural e artístico do passeio. Pode mesmo dizer-se que em determinados momentos tivemos a oportunidade de observar verdadeiras
obras de arte, e melhor ainda, para todos os gostos.
02.30
De regresso à AC, confirmou-se aquilo que já era de esperar: ninguém estava na disposição de ir procurar um parque
de auto-caravanas para passar a noite. E assim, por ali ficamos, no centro da grande cidade, rapidamente caindo num sono profundo
colectivo.
Sexta-feira, 18 de Abril 2003
09.45
Pode parecer grave dizer que fomos acordados por dois polícias, pouco satisfeitos com a localização
da nossa casa com rodas, ainda para mais num local com parquímetros, mas a coisa resolveu-se com facilidade, apesar das caras
estremunhadas que assomaram às portas e janelas da AC.
11.00
Após mais um estacionamento oportuno (e de novo no centro...), o pequeno
almoço indispensável antecedeu um belo passeio pela área comercial, em busca dos inevitáveis souvenirs para os familiares
e amigos. Além das tulipas de madeira da ordem, ainda houve tempo para o Manel experimentar diversos pares de sapatilhas de
futsal e do Peixe procurar calções térmicos em meia centena de lojas de desporto.
Muito apreciado foi o café saboreado na esplanada da famosa Leidsplein, sob um sol agradável. O tempo continuava a
ajudar com a temperatura perto dos 20 graus e o sol a brilhar. Foi então altura para os primeiros comentários filmados sobre
o evoluir da viagem até então. Mais uma vez os viajantes consideraram o elemento cultural da capital holandesa como o de maior
destaque...
15.30
Sendo que se aproximava a hora do segundo compromisso futebolístico desta digressão, fomos para
a AC matar a fome e preparar a deslocação para Amstelveen, cidade situada bem junto a Amesterdão.
16.30
Chegada ao Emergo Hal, centro desportivo onde íamos defrontar os nossos anfitriões dos Galaxy
Protons e ainda os De Waard, num torneio triangular que muito prometia. Ainda andamos um pouco perdidos na estrada, mas valeu
a presença de espírito do costume para levar a nau a bom porto.
Fomos muito bem recebidos e desde
logo simpatizamos com os nossos adversários desse dia, nomeadamente com o Andries, o organizador do evento.
17.00
Início do GALAXY PROTONS CHALLENGE, que vencemos contando por vitórias todos os jogos disputados (refira-se que se
tratou de um torneio envolvendo as três equipas referidas, no sistema de todos contra todos, a duas voltas).
PORTUS 87, 1 GALAXY PROTONS, 0
PORTUS
87, 5 DE WAARD, 1
PORTUS 87, 4 GALAXY PROTONS, 2
PORTUS 87, 5 - DE WAARD, 3
PORTUS 87, 4 SELECÇÃO HOLANDESA, 3
19.40
No balneário, onde ainda se faziam sentir os efeitos devastadores de um novo ataque com armas biológicas perpetrado
por Orlando, o "Químico", canta-se o hino do Portus, na versão mais desafinada de que há memória. Efeitos do cansaço, com
certeza...
20.00 Bebemos
umas cervejas no bar do Emergo Hal Sports Centre, acompanhados de alguns dos nossos adversários. Oferecemos uma garrafa de
Vinho do Porto a cada equipa bem como CDs do nosso hino. Isso levou a que o mesmo fosse tocado na aparelhagem do bar e que
nós acompanhássemos em coro.
21.30
Jantar com os Galaxy Protons. Carne para todos !, que bem precisados estávamos de proteínas. Continuou a festa,
com muita simpatia dos nossos anfitriãos e a cerveja a chegar em bom ritmo. Não
que o apreciado líquido fosse do agrado de todos - o Orlando, numa manifestação pura de cortesia, apenas abriu a boca para
declarar de uma forma incontestável: This beer is like water!. Imaginem se não fosse...Para completar a proeza, o Orlando
ofereceu, de borla, imagine-se, ao Presi, aquilo que se poderá considerar provavelmente uma das piores cervejas do mundo
23.30
Após breve troca de impressões interna decidimos não voltar para a noite de Amsterdam, mas antes ficar por Amstelveen,
onde era mais fácil estacionar a AC. Além disso, estava um vento frio terrível. Tivemos a sorte de um dos elementos dos Protons,
o Ronald (mais conhecido por Ronaldo) estar ainda connosco e conhecer um bar de estudantes perto da zona onde estacionaramos.
No bar, aquilo que parecia ir ser uma breve
passagem para beber uma cerveja, transformou-se numa noite memorável à la Portus. Um jarro de cerveja puxou outro e outro
ainda outro, e muitos outros se seguiram, e o que valeu é que this beer is like water!.
O Ronaldo portou-se à altura, demonstrando ser um Portus em potência, tal como acontecera já dentro do recinto de jogo.
E pena foi que já tivesse um compromisso para o dia seguinte, se não podia muito bem ter surgido o primeiro reforço estrangeiro
do Portus 87.
A conversa animou-se, apareceram os cânticos do Porto e do Portus, juntaram-se à mesa outros convivas (por exemplo,
um escocês completamente lunático que fez entrevistas com a nossa câmara de vídeo) e as horas foram passando em ambiente de
grande festa, a que ninguém no bar podia ficar indiferente. Esta é uma das coisas fantásticas no Portus: os grandes momentos
de farra nunca são planeados: surgem naturalmente, mesmo que no dia seguinte haja um torneio para jogar...
O grande momento da noite aconteceu no entanto quando uns jovens que já tínhamos reparado serem portugueses se aproximaram
da mesa e se apresentaram como sendo de Lisboa. Nesse momento, o Ronaldo, a quem
já tínhamos explicado que não gostávamos de Lisboa, e porquê, desatou aos berros de uma forma completamente espontânea: PORTO!
PORTO! PORTO!, no que foi imediatamente acompanhado por todos nós. Todos ? Talvez não, porque o Peixe estava nesta altura
todo ele envergonhado e encolhido...Os lisboetas, esses, recolheram ao seu lugar...
03.00
Regressámos à AC para dormir. Ou tentar, porque entretanto fez a sua aparição o El Trem Mesquita em full power. Mas
o cansaço e a água mandavam mais nesta altura e depressa o silêncio tomou conta da casa...
Sábado, 19 de Abril 2003
08.00
Agitação interior na AC - necessidades imperiosas de alguns elementos - e exterior, provavelmente em conseguência
da primeira, levaram a que partíssemos cedo de Amstelveen, em direcção ao nosso objectivo seguinte: Zelem, na Bélgica, onde
íamos disputar o Dynamic EuroCup. Como ainda era muito cedo, decidimos efectuar um pequeno desvio da nossa rota para visitarmos
Roterdão, cidade que apenas o Tó e o Peixe conheciam.
10.30
Passagem por Roterdão, com direito a City Tour levada a cabo pelo nosso Presi. O pessoal teve oportunidade de admirar
a arquitectura vanguardista da cidade e ficar a conhecer mais uma bela urbe.
13.00
Quase na fronteira com a Bélgica, hora para matar a fome num MacDonalds. Quando a fome é negra, quase qualquer coisa
serve!
15.00
Com o Peixe ao volante e o João na co-pilotagem, chegamos a Zelem e ao Centro Desportivo Kambergen, onde se disputa
a Dynamic Euro Cup.
A primeira impressão foi excelente: uma pequena cidade rural, com um ambiente acolhedor. No centro desportivo, existe
um pequeno bar com vista para o recinto de jogo (algo que é vulgar nestas zonas, e que tanta falta faz entre nós), e a atmosfera
é muito amigável: umas senhoras vendem fatias de tarte (que se viriam a revelar excelentes). Desde logo simpatizamos muito
com o Dirk, principal organizador do evento que nos recebeu de braços abertos.
16.32 ALL STARS (BEL.), 0
- PORTUS 87, 5
17.40 PORTUS 87, 1 -
FC DYNAMIC ZELEM (BEL.), 2
18.50 NOVENTA Y QUATRO (HOL.), 2
- PORTUS 87, 0
20.30 A nossa equipa não se deixa abater facilmente e logo a seguir ao banho da praxe fomos
beber uma cerveja ao bar do pavilhão. Perante as queixas do Orlando this beer is like water lá pedimos uma cerveja a sério:
uma Leffe preta. Realmente a coisa melhorou! Resta acrescentar que o fundo monetário do Portus fartou-se de pagar cerveja
ao pessoal! Ao jantar, mais uma vez um spaguetti com manteiga para acompanhar um lombo de porco assado à maneira, a boa disposição
manteve-se, reforçada por duas garrafas de tinto Pauliteiro, uma clara homenagem à nossa maneira de jogar comparada com a
média local...
23.00 A
caminho de Hasselt, a capital da província Limburg, proveitamos para gravar em vídeo uma versão cantada por nós do Hino do
Portus. A cantoria saiu a preceito (plena de emoção) e as imagens também, até porque várias coreografias inovadoras foram
desenvolvidas. Entretanto surgiram também mais alguns cânticos dedicados a cada elemento da equipa que serão reproduzidos
à parte...
23.30 Já
é galo: entramos num Irish Pub em Hasselt e demos de cara com os nossos adversários holandeses da tarde. E que simpáticos
que eles são, realmente; pena termos desperdiçado uma garrafa de Porto nestes gajos!
01.00 O
mais difícil foi encontrar o caminho volta para a AC, com o Zé e o Manel a conseguirem complicar as coisas até estarmos realmente
perdidos: a Polícia é para a esquerda ou para a direita ?
02.00 Hora de dormir. Isto é que é qualidade de vida: ficamos estacionados no parque do centro desportivo
e amanhã vai ser acordar e entrar quase directamente para o recinto de jogo!
Domingo, 20 de Abril 2003
09.30 Acordamos e fomos quase directamente para o nosso primeiro jogo da competição PLATE. Apesar de alguma
desilusão pelo que acontecera no dia anterior e principalmente por sabermos que íamos ter que saber de novo ser romanos em
Roma, refreando o ímpeto nos jogos, lá nos preparamos para novo dia de futebol.
DYNAMIC EUROCUP (fase final)
10.45 - Quartos de final PLATE:
PORTUS
87, 4 - ZVK WIMBLEDON ST. A (BEL.), 0
11.50 Meia final PLATE:
PORTUS 87, 2 - 2 VINGERS ENSCHEDE (HOL.), 1
14.00 Final PLATE:
SCHERPSCHUTTERS (BEL.), 0 - PORTUS
87, 4
15.00 Momento alto da digressão europeia: a entrega de troféus da PLATE, com o nosso capitão a receber a Taça
das mãos do Dirk enquanto o Hino do Portus era cantado por todos nós. Lindo! Isto perante o entusiasmo dos Temple Villa,
realmente um caso à parte de simpatia. Igualmente maravilhoso foi o momento que se seguiu, com o grande Orlando a receber
o prémio atribuído ao Melhor Guarda-Redes. Bem o mereceu!
16.00 Tudo pronto para arrancarmos: banho tomado, cerveja tomada, mais uns jogos vistos da CUP, as despedidas
realizadas. Chegava a hora do regresso, com um saldo desportivo muito positivo.
18.00 Paragem em Bruxelas. O grande Peixe, que já conhecia bem a cidade, não se importou de ficar na AC
mal estacionada, e lá fomos nós passear sob a orientação do Tózé, também ele conhecedor da cidade. Foi altura para uma saborosa
bolacha belga (wafer) e para comprar os famosos chocolates belgas para a família.
20.00 Aí está um
dos momentos altos da viagem: em plena AC, algures na saída de Bruxelas, Orlando "Hendrix" Mesquita em fantástico show/desvario guitarrístico,
que envolveu um solo com os dentes. Rocknroll a levar as massas à euforia. Ninguém pára o homem depois da conquista do troféu
para melhor guarda-redes. 50 anos ? Pois sim... Têm que me dizer onde é que ele tirou o B.I.
23.00 Entramos em Paris, sob a condução inspirada (rapidamente adaptada ao espírito de gincana dominante
na cidade) do Manel e a co-pilotagem do nosso guia turístico da cidade das Luzes,
o Peixe. Desfilam os monumentos e os locais míticos em frente aos nossos olhos sempre com o Peixe a guiar, e muito bem, a
visita. Especialmente entusiasmados estão o Greg e o Orlando, que se estreiam em Paris. Esta foi, aliás, uma das grandes vantagens
de viajar em AC: a enorme mobilidade que assim conseguimos.
23.30 Estacionados (como calhou...) a escassos metros da Torre Eiffel, lá fomos nós ver de perto o grande
ex-libris da capital francesa. O Zé e o Greg (em estado de grande excitação) sobem ao segundo andar, enquanto os outros passeiam
pelas redondezas...Entráramos definitivamente na fase turística e do sightseeing. E muito bem...
Segunda-feira, 21 de Abril 2003
02.30 Parados numa qualquer estação de serviço à saída de Paris, o cozinheiro João prepara
um mais do que duvidoso arroz de salsichas com atum - e eis que os mantimentos se esgotam. A fome era tanta que aquilo acabou
saber bem, ainda para mais regado com cerveja belga de qualidade pouco duvidosa. No final do jantar (ninguém se lembrava da
última vez que jantara a uma hora destas), tomam-se decisões: não há paragem para dormir até Portugal: implementa-se o modelo
da viagem de ida. O cansaço domina as tropas...
12.00 Depois de alguns encontros de 1º grau - de somenos importância para esta história
- entre a nossa AC e portagens francesas e áreas de serviço espanholas, chegamos a San Sebastian, cuja beleza mereceu uma
visita atenta e uma paragem com vista para o mar. Todos apreciaram o local e os 25º graus de temperatura do ar que se faziam
sentir. Além de que já não víamos o mar há uns dias...
15.00 O roteiro cultural continua com a visita a Bilbao, para apreciar o Guguenheim - deve
estar mal escrito, mas a verdade é que ninguém apreciou muito o dito edifício. Depois de um banho cultural como o de Amsterdam
isto é realmente de uma pobreza franciscana. Depois da fotografia da praxe, lá arrancamos de novo.
17.00 Ainda antes de Burgos, o Presi tem ideia brilhante: em vez de entrar em Portugal pelo
sul, porque não passar a fronteira em Bragança, deixar algum pessoal e respectiva bagagem no Porto e ir depois entregar a
AC ? A votação que se seguiu resultou num voto unânime a favor desta solução, para grande alegria do Manel que tinha que seguir
viagem para o Algarve o mais cedo possível...
19.00 Há gajos com sorte: uma fila de dezenas de quilómetros do outro lado da auto-estrada em direcção
a Madrid. E pensar que tínhamos planeado inicialmente fazer aquele trajecto...Aliás, durante toda a digressão foi assim: as
situações de tráfico congestionado foram sempre no sentido inverso ao nosso!
23.00 Em Bragança: mais uma refeição que sabe pela vida. Num pequeno bar de petiscos (Pereiras),
comemos com gosto caldo verde, feijoada (ambos deliciosos), pregos e picapaus. E Super Bock, para matar saudades!
Terça-feira, 22 de Abril 2003
01.00 A caminho do nosso Porto, na IP4, com o Manel Racer a fazer agitar a feijoada nos estômagos revoltos.
O que vale é que vamos vendo as imagens recolhidas ao longo da digressão no vídeo e vai dando para distrair...Claro que muitas
gargalhadas se sucedem perante estas memórias tão recentes. Entretanto, já há quem prepare as malas e restante material para
a chegada...
03.00 Começa a distribuição da malta pelas respectivas casas: Orlando, João, Greg. Os restantes heróis
aguentam estoicamente a viagem para o sul, com novo passageiro: o filho do Manel, o Gil, que não dá descanso às tropas, entusiasmado
com a novidade do veículo...
09.00 Entrega da AC na AutoCampismo, com o material subversivo do Peixe a quase
ficar esquecido debaixo de um colchão. Que pena seria...
Depois disto, o Manel seguiu
viagem para o Algarve, o Peixe foi entregue em Coimbra e o Zé e o Tó voltaram para o Porto...Que estopada! : têm a nossa gratidão
eterna pelo esforço. Podes crer !